Mitos sobre o câncer de mama

Atualmente o que mais existe são informações não verdadeiras, as tais fakes news, que circulam pela internet, mídias sociais ou aplicativos de mensagens.

É importante sempre checar se uma informação é verdadeira, se não é um mito ou falsa. Selecionei alguns mitos e verdades a respeito do câncer de mama que valem a pena serem compartilhados:

Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar.

Mito A maioria das mulheres acometidas pelo câncer de mama não têm familiares com a doença. As estimativas mostram que aproximadamente 10 % dos casos têm origem hereditária.

A história familiar, porém, influencia quando o parentesco é de primeiro grau, ou seja, se a mãe, a irmã ou a filha foram diagnosticadas. E ainda mais quando o tumor apareceu antes dos 40 anos. Nessas situações, a mulher deve redobrar a atenção e procurar o médico para a orientação da conduta adequada, inclusive com a realização de rastreamento genético.

Câncer de mama é uma doença única.

Mito O câncer de mama é uma doença heterogênea e com comportamentos distintos, isto é, podem apresentar um comportamento e cada paciente de forma diferente, tanto na evolução como nas respostas ao tratamento.

O câncer de mama pode ser causado por um trauma (batida) nos seios.

Mito A batida não é capaz de desencadear o tumor. Não é por causa de um trauma que as células malignas vão se multiplicar de maneira desenfreada. Entretanto, os machucados e hematomas ajudam despertar a atenção da mulher para essa região do seu corpo.

Desodorante pode causar câncer de mama.

Mito Não existe qualquer relação com uso de desodorantes ou qualquer creme depilatório na axila que favoreça o desenvolvimento do câncer de mama.

Se eu fizer o autoexame todos os meses não preciso fazer a mamografia.

Mito Embora seja um aliado para despertar a consciência corporal, o autoexame, na grande maioria das vezes, não é capaz de flagrar o início de um tumor, na fase em que as lesões são muito pequenas. A palpação detecta caroços maiores. Então, por mais que seja desconfortável, a mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce. Toda mulher, após os 40 anos, deve fazer a mamografia. A principal função do autoexame é estabelecer uma relação de autoconhecimento da mulher com seu corpo, assim quando a mulher notar algo diferente deverá procurar assistência médica.

Alterações psicológicas, depressão, óbitos na família, divórcios ou outras situações de stress intenso podem levar ao câncer de mama.

Mito Nenhum tipo de câncer surge a partir de sentimentos negativos. Por mais profunda que seja sua mágoa, tristeza ou depressão, essas emoções não têm a capacidade de se transformar em tumores.

Anticoncepcionais que interrompem a menstruação são eficazes na prevenção do câncer de mama.

Mito Não existem estudos que mostraram que o uso de contraceptivo hormonal sem pausa ajude a prevenir o câncer de mama. Os estudos que existem correlacionam o uso de contraceptivo de uma forma geral, revelando um aumento mínimo desse risco. Porém, os benefícios do uso na vida da mulher não justificam esse aumento de risco.

Próteses de silicone podem causar câncer.

Mito O uso de próteses de silicone não tem demonstrado um aumento de risco de câncer de mama. Dependendo do tamanho da prótese e a relação com o tamanho da mama, pode ser mais difícil o diagnóstico de tumores em alguns lugares da mama. Atualmente existem relatos de linfoma de anaplásico de grandes células relacionada aos implantes de silicone.

Minha mãe teve câncer de mama, dessa forma eu também vou ter.

Mito O câncer de mama hereditário corresponde a menos de 10 a 15% dos casos. Ou seja, a maior parte dos casos de câncer de mama são esporádicos, isto é, qualquer mulher corre risco de ter câncer de mama. No entanto, mulheres que apresentam histórico familiar de câncer de mama ou ovário, terão maior risco, devendo ser acompanhadas pelo mastologista e aconselhadas quanto a necessidade de realizar testes genéticos para identificar a possibilidade de câncer de mama hereditário.

Posso substituir a mamografia por outro exame como a ultrassonografia e ressonância magnética.

Mito A ultrassonografia e a ressonância magnética das mamas são exames complementares, indicados mais comumente para mulheres jovens, que têm os seios naturalmente mais densos, no caso da ultrassonografia. A ressonância magnética é utilizada nos casos em que a mamografia e ultrassom são inconclusivos e para pacientes de alto risco para câncer de mama. É importante lembrar que a mamografia é o melhor método de rastreamento de câncer de mama.

Mulheres que tem implantes de silicone não podem fazer mamografia.

Mito Os implantes mamários não impedem a realização de nenhum exame e para rastreamento de câncer de mama a mamografia é o melhor exame. Já para avaliação da integridade da prótese, para identificar roturas, a ressonância e o melhor exame.

As mulheres grávidas ou que estão amamentando não podem fazer mamografia.

Mito A mamografia pode ser realizada nesses dois períodos sempre que houver necessidade, pois a irradiação é indolente ao feto ou recém-nascido. Nos casos de gestantes devemos usar uma proteção abdominal.

O uso de sutiãs incorretos pode favorecer o aparecimento de câncer.

Mito Nenhum estudo demonstrou até o momento que os sutiãs com armações de arame ou qualquer outro tipo, estariam relacionados ao surgimento da neoplasia. Os boatos da internet relacionam que esses sutiãs restringiriam a circulação sanguínea e linfática, porém, não existe sentido nessa possibilidade.

Carregar objetos no sutiã como celular, dinheiro, cigarro pode causar câncer.

Mito Muitas mulheres utilizam o sutiã como uma espécie de bolso secreto, levando dinheiro, cartões e, é claro, o celular. Por conta disso, começaram a surgir afirmações de que a radiofrequência dos aparelhos poderia comprometer os tecidos mamários. Até hoje, isso não foi comprovado cientificamente.

Todo câncer de mama pode ser sentido através de um nódulo.

Mito Muitas mulheres pensam que o autoexame é o suficiente para detectar a neoplasia, já que “é impossível não sentir um caroço nos seios”. Acontece que nem sempre o nódulo aparece, sendo necessários os exames de mamografia periódicos. Mesmo assim, o autoexame é importantíssimo e não deve ser deixado de lado! Também existem diversos mitos em relação aos nódulos, como, por exemplo, de que apenas os mais firmes e difíceis de movimentar representam cânceres. Isso também é errado: toda alteração deve ser investigada por um profissional.

Apenas mulheres mais velhas desenvolvem o câncer de mama.

Mito O câncer de mama pode acometer mulheres em qualquer faixa etária, a incidência ocorre mais em mulheres acima dos 55 anos. Já a incidência de câncer de mama em mulheres jovens varia de 4 a 15%, conforme a região do país e do mundo.

O câncer de mama é um castigo.

Mito Existem várias causas para o aparecimento do câncer de mama, são os denominados fatores de risco, como, por exemplo, o tabagismo, o consumo exagerado de álcool, maus hábitos alimentares e sedentarismo, que são em soma os principais responsáveis pelos casos de câncer.

O câncer de mama é contagioso?

Mito O câncer de mama ou qualquer outro câncer não pode ser transmitido por contato, pelo ar, ou por secreções. O aparecimento do câncer acontece por mutações genéticas que demoram muitos anos para se manifestar.

A frequência sexual interfere na ocorrência de câncer de mama.

Mito Especialistas afirmam que não há relação alguma entre a frequência sexual e o surgimento do câncer. É importante mencionar que a atividade sexual não ajuda a proteger as mamas contra o câncer. O que protege contra doenças mamárias é a gravidez, a lactação e hábitos de vida saudáveis.

A radiação emitida pela mamografia realizada anualmente é muito arriscada.

Mito A mamografia utiliza raios X para formar a imagem da mama e é utilizada para o rastreamento do câncer nesta região. A imagem é obtida com o uso de um feixe de raios X de baixa energia, após a mama ser comprimida entre duas placas. É muito importante mencionar que o risco associado à exposição a radiação é mínimo, principalmente quando comparado com o benefício que pode ser obtido.

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